Bairrismo: qualidade ou ação de quem frequenta ou habita um bairro. Quem defende os interesses do bairro ou de sua terra tanto por atitudes de defesa exacerbada de suas alegadas virtudes, ou, por analogia, de terra natal de alguém.

Assim está definida, no dicionário, a palavra que define bem o perfil cachoeirense.

A descrição diz ainda que o termo geralmente possui conotação negativa, pois ao bairrismo está vinculada uma visão estreita de mundo que menospreza tudo aquilo que vem de fora. Raramente o bairrismo é
encarado como uma atitude positiva, de amor e orgulho por uma região, desta forma, cachoeirenses são as raras exceções, pois são verdadeiros apaixonados por sua terra natal.

Roberto Carlos

Motivos para isto os nascidos em Cachoeiro de Itapemirim e também àqueles que adotaram o município para chama-lo de seu não faltam. A cidade considerada a capital secreta do mundo é referenciada em todo país, sendo consagrada como berço de grandes nomes como o rei da música, Roberto Carlos, o maior cronista do Brasil, Rubem Braga, o escritor, Newton Braga (irmão de Rubem), Jece Valadão, Sérgio Sampaio e tantos outros nomes de grande representatividade que colocam em evidência a tal capital secreta.

Jece Valadão
Rubem Braga

Um pedacinho de terra de quase 900 quilômetros quadrados, que já ultrapassou a casa dos 200 mil habitantes, segundo o IBGE, e que mantém, desde sempre, acesa esta chama que incendeia este bairrismo.

Nesta época do ano, quando se aproxima a festa com comemoração em dose dupla, dia de São Pedro (29 de junho), padroeiro do município, e ainda o dia da cidade, criado pelo escritor Newton Braga, para promover encontros e reavivar tradições, o sentimento, envolvimento e lembranças ficam ainda mais aflorados.

É perceptível e fato afirmar que para ser cachoeirense nato é necessário ter uma auto-estima elevada, superior às demais naturalidades. A maioria dos cachoeirenses cultiva orgulho incomparável em relação às raízes e culturas locais, verdadeiras demonstrações de amor e admiração que só quem nasceu em Cachoeiro ou adotou o município tem.

Mas não é somente este amor pelos destaques culturais que intensificam este bairrismo, motivos históricos também o justificam. O município sempre foi o centralizador da política e economia do Sul do Estado. Além de ter sido a primeira cidade do Espírito Santo a ter energia elétrica, é a única que possui um sistema de fornecimento de água e coleta de esgoto privado.

Atualmente, sedia o maior parque processador de rochas ornamentais do Brasil e é referência no setor de comércio e serviços.

Quer mais motivos? Em Cachoeiro está localizada a única fábrica de pios de aves da América Latina. Tem ainda a Selita, cooperativa forte que marcou época, fazendo com que crianças e jovens cachoeirenses não tomassem Toddynho, e sim Selitinho. Com tantos destaques em diversos setores como política, artes, cultura e economia, o cachoeirense tem mesmo que ter orgulho de suas raízes, de ser dono de todo o bairrismo que o identifica por onde passa.

A cidade de ruas apertadas impressiona por sua auto-estima e personalidade que mantêm viva a arte local e promovem a cultura, comprovações que se afirmam na quantidade de veículos de comunicação existentes no municípios, diversas revistas (como esta em suas mãos), emissoras de televisão, rádios e muitos outros canais que dedicam seu conteúdo, quase que exclusivamente, aos assuntos da terra cheia de encantos.

Resumindo e expressando o orgulho de todos os cachoeirenses, a frase conhecida de Rubem Braga: “Modéstia à parte, sou de Cachoeiro”.

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