Você também pode ter a sua!

No momento em que o poder público não consegue administrar quase nada neste país, ter uma floresta, uma lagoa, uma restinga ou um outro bioma gerido pela iniciativa privada é um privilégio.

Merece uma reflexão o momento crítico em que as mudanças ambientais estão sinalizando um acentuado desequilíbrio. Depois de um século XX em que desenvolvimento era desmatar, explorar e industrializar a qualquer preço, é chegado o instante precioso da necessidade de uma guinada em prol do desenvolvimento sustentável.

Na verdade, não é suficiente somente essa atitude. Necessitamos, sim, de ações de regeneração. Só comemorar o Dia da Mata Atlântica (27 de maio), o fato que este extraordinário bioma teve diminuído o seu desmatamento a quase zero, não pode ser motivo, pois temos de sobra apenas 12,50% de seu tamanho original. Por quê? Estamos falando na maior biodiversidade do planeta!

Hoje, acordei com um e-mail do diretor da Revista VOCÊ+ a respeito da Floresta da Tijuca. Há exatos 151 anos, naquele Rio de Janeiro de outrora, o que dominava aquelas paisagens eram as monoculturas de café e cana. Mas o imperador, D. Pedro II, um estadista como tanto nos falta hoje, teve a feliz ideia de reflorestar aquelas montanhas.

Mesmo com um Rio de Janeiro bem menos povoado já havia sinais de falta de água. Como podemos imaginar hoje aquela cidade sem a Floresta da Tijuca?

Acreditamos, então, que uma forma de aumentar a preservação da natureza seria a criação de Unidades de Conservação. Conforme a Lei 9.985/2000, “do SNUC” (peço ao leitor que confira detalhes na internet), você pode ser “dono” de uma Unidade de Conservação. No momento em que o poder público não consegue administrar quase nada neste país, ter uma floresta, uma lagoa, uma restinga ou um outro bioma administrado pela iniciativa privada é um privilégio espetacular.

Estamos falando de uma RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural. A criação de uma RPPN é um ato voluntário do proprietário da área, sem que isto acarrete a perda do direito de propriedade. A RPPN tem caráter perpétuo, isto é, a área reconhecida deve ser preservada para sempre, mesmo sendo vendida ou herdada. Os novos donos terão que conservá-la, e os benefícios são inúmeros.

O autor é exemplo vivo disto. Eu e meu irmão, Luiz Renato Madureira, somos proprietários da RPPN Mata da Serra (www.caminhadasetrilhas.com.br/rppnmatadaserra).

Trata-se de 14,54 hectares de Mata Atlântica que mudaram nossas vidas e de outras pessoas do entorno. A Reserva é uma Área de Soltura e Monitoramento de Animais Silvestre (AMAS). Já foi premiada por diversas entidades de peso, como a Fundação SOS Mata Atlântica, Fundação Banco do Brasil, ICMBio, Conservação Internacional. E é apoiada pela Unimed Sul Capixaba.

Então, se você tem sua floresta, não espere para ter sua Reserva e deixar um rastro de preservação para seus filhos e gerações futuras. A criação de uma RPPN é muito fácil. Estou à disposição para ajudar!

João Luiz Madureira Júnior

é gerente administrativo, gestor ambiental e presidente da ONG Caminhadas e Trilhas – Preserve.
Quer criar uma RPPN,
acesse: IEMA www.meioambiente.es.gov.br |
ICMBio (www.icmbio.gov.br) | ONG Caminhadas e Trilhas – Preserve (www.caminhadasetrilhas.com.br)
Telefone: 28 99915 6889
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