As perguntas e questionamentos que ouvimos no nosso dia a dia são sempre parecidos com o lugar comum. Vamos cuidar do meio ambiente para salvar o Planeta? O que posso fazer de atitude que faça a diferença? Coitado do Planeta, vai durar tão pouco!  Quanto tempo o ser humano vai levar para destruir totalmente a Terra? Quais são os animais que serão extintos? Aonde vamos morar depois que o Planeta acabar? Existe Planeta B?  Para onde iremos? Com o agravamento da questão climática, o que será de nós? Ou, esta história de aquecimento global é histeria de alguns cientistas? Enfim, são questões que cada vez mais fazem parte do nosso dia a dia.

Nossa civilização é apenas um pontinho insignificante no tempo e no espaço. Quando colocamos no tempo do Universo um relógio de 24 horas, a civilização humana aparece somente nos 2 últimos segundos. A raça humana (Homo sapiens) tem idade de 300 mil anos, e se nós colocarmo-nos nos 4,5 bilhões de anos da vida na Terra, desembarcamos nos 7,20 segundos finais. Ou seja, somos miúdos mesmo. O Planeta já passou por várias extinções em massa, no tempo da vida pluricelular. São consideradas As Grandes Extinções, como são denominados, tecnicamente falando em biologia e geologia, os 5 piores eventos em referência às extinções planetárias. Mesmo com toda a força do conhecimento que a humanidade tem, provavelmente seríamos extintos nessa leva. Pois então, no Antropoceno, como chamamos a época atual, a raça humana está colocando a vida no Planeta em risco, incluindo os 7,8 bilhões de seres humanos. Mas não estamos colocando em risco a vida do Planeta no tempo do Planeta. Estudos mostram que a cada intervalo de até 10 milhões de anos, depois de um daqueles 5 eventos citados acima, a biodiversidade será recomposta, mas sempre será uma biodiversidade bem diferente da anterior. Sendo assim, dependemos indelevelmente dos ecossistemas e biomas, dos recursos naturais que possam nos ceder a água, o solo, o clima, o ar limpo e outros usos de que somos dependentes. E a natureza teria capacidade para renovar toda esta cadeia complexa. Mas, parece que esta capacidade está abalada, e talvez chegando ao fim, isto no nosso curto tempo terrestre. A crise climática e a crise da biodiversidade ameaçam a natureza do nosso tempo, e podem levar até mesmo à extinção da civilização humana. Então o pensamento precisa ser diferente do lugar comum, e a gente sair do centro do Universo e nos colocar como apenas um elo desta maravilhosa engrenagem do Planeta Terra.

Um dos principais problemas que põem em risco a passagem do ser humano no Planeta Terra é o “aquecimento global”. O aquecimento global é o processo de mudança da temperatura média global da atmosfera e dos oceanos. O acúmulo de altas concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera bloqueia o calor emitido pelo sol e o prende na superfície terrestre, aumentando a temperatura média da Terra. Apesar de contribuir para o aquecimento global, o efeito estufa é um processo fundamental para a vida na Terra, pois faz com que o Planeta se mantenha em temperaturas habitáveis. Mas o aumento significativo das emissões de gases do efeito estufa associado a fenômenos naturais e ações promovidas pela atividade humana, como o desmatamento de florestas, poluições do ar, do solo, das águas e outras atividades humanas, têm sido determinantes para o desequilíbrio do balanço energético do sistema, causando maior retenção de energia e aumento do efeito estufa, com o aquecimento da baixa temperatura e aumento da temperatura média do Planeta. O aquecimento global se tornou um dos maiores problemas da Terra, com efeitos que podem ser catastróficos, incluindo efeitos diretos na saúde. Apesar do nome “aquecimento global”, esse fenômeno, principal causador das mudanças climáticas, é responsável por gerar episódios de frio extremo em algumas regiões. Consequentemente, as mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global aumentam a intensidade, a frequência e o impacto de eventos climáticos extremos, sejam de frio ou de calor. Esses eventos, além de impactarem o ambiente, que inclui a fauna, a flora, a atmosfera, os oceanos, os meios geoquímico e geofísico e ainda causam efeitos nocivos à saúde humana, como aumento do risco de suicídio, problemas respiratórios, problemas cardiovasculares, asma, obesidade, insolação, infertilidade, deficiência nutricional, entre outros.

 E voltamos às questões iniciais: o que podemos fazer para, pelo menos, mitigar estes riscos ao Planeta e à sobrevivência da civilização humana? Quais ações são mais importantes, as maiores ou menores atitudes? A resposta é cristalina, todas, isto mesmo, todas as ações são fundamentais, e o tempo talvez, mais importante ainda. O tempo urge, a hora é agora! Precisamos começar, não só Governos, empresas e sociedades, nós precisamos ser agentes de mudanças. Sim, a conscientização e mudanças de atitude são os primeiros passos. Elencamos algumas destas atitudes, como utilizar água da maneira consciente, comer produtos com origem sustentável, reduzir o uso do carro, usando mais transporte público e bicicleta, não só não desmatar mas plantar árvores, cobrar das autoridades as suas obrigações. A humanidade não tem forças para fazer um mal definitivo à natureza do Planeta, no sentido amplo e macro, nem agora e nem daqui a séculos. Temos capacidade para degradar em larga escala a “natureza do nosso tempo”, e ameaçar a nossa passagem na Terra, visto que o tempo dos humanos é muito curto enquanto o da natureza é extremamente longo. Os índices climáticos destes primeiros 20 anos do Século XXI, com recordes de calor, frio, grandes tragédias como secas e inundações, são uma demonstração da capacidade humana supracitada.  Em contraponto, numa visão otimista, acreditamos que ainda dá tempo de reverter a situação terrestre e equilibrar e harmonizar a permanência humana por estas bandas. Ao final, somos os animais racionais. 

Pelo menos, esta é a nossa opinião.

Crédito das fotos: Reynaldo Monteiro

João Luiz Madureira Júnior

Presidente da ONG Caminhadas e Trilhas – Preserve, Aposentado do Banco do Brasil, Gestor Ambiental e Plantador de Árvores pelo Mundo a fora.
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1 comentário em “Salvar o planeta Terra: eis a questão!

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