“Escolhi festejar meus ‘57 anos’ em Cachoeiro”
Roberto Carlos atendeu à imprensa em alto estilo, como de costume, no mar, a bordo de um transatlântico.


Foi dessa forma, com o clima descontraído pelas brincadeiras de Roberto Carlos, o início da entrevistaa coletiva que o cultuado artista concedeu no fim de janeiro.

O local não poderia ter mais a ver com o rei, o mar do Rio de Janeiro, emum suntuoso navio de cruzeiro, onde costuma realizar shows e atender à imprensa.

Além do aguardado espetáculo em sua cidade natal – no próximo dia 19 de abril, data em que comemora 75 anos de idade -, Roberto falou, entre outros assuntos, sobre como lida com a era da internet, revelou que pretende lançar este ano um álbum com canções inéditas e ainda deu uma palinha sobre o repertório do show em Cachoeiro de Itapemirim.

Confira:

Vai lançar um disco com músicas inéditas ainda neste ano?
Vou fazer um disco de inéditas, espero fazer em um ano. Já tenho quatro músicas, tenho que fazer pelo menos mais quatro. Porque, com certeza, ‘Esse Cara Sou Eu’ e ‘Furdúncio’, provavelmente, vão entrar nesse disco.

Essas quatro músicas são com Erasmo Carlos?
Uma ou duas estão com Erasmo, dessas que vou fazer. As que vou apresentar já estão prontas e foram feitas por mim. Tenho certeza que vou compor as quatro próximas, duas ou três, com Erasmo, que é meu parceiro, meu irmão.

Qual a emoção de cantar “em casa” mais uma vez?
É uma emoção realmente muito grande. Eu escolhi festejar meus “57 anos” em Cachoeiro (risos). Mais que uma alegria, é uma emoção muito grande.

Se no início de sua carreira existisse um programa do tipo The Voice, participaria? Acha que ganharia?
No início de minha carreira fui em todas as gravadoras do Brasil e nenhuma me quis. Faltava só uma. E, por intermédio do Carlos Imperial e do Chacrinha, eu fui para a CBS na época.

Então, lá, conheci Roberto Corte Real (diretor artístico). E, lá, gravei meu primeiro e segundo disco. Quero dizer, foi a última gravadora que me aceitou e se eu fosse ao The Voice a última cadeira viraria para mim.

O que os moradores de Cachoeiro podem esperar do seu show?
Sempre penso no que as pessoas gostariam de ouvir, cantar as músicas principais do meu repertório ou as novidades que quero mostrar. Enfim, alguma coisa do disco novo também.
Acho que é isso que vou levar, e também vou levar o meu carinho e meu amor, que é muito grande por Cachoeiro.


Sempre foi defensor do mar, bem além do horizonte… Como vê a degradação da natureza? O que acha do mar e do problema da corrupção no Brasil?
São muitos problemas. O primeiro é esse, tóxico (desastre ambiental envolvendo a Samarco em Mariana), é uma coisa inadmissível. E o pior ainda é que vai se chegar à conclusão que isso aí tem a ver com uma
certa negligência, que não se sabe ainda… A situação do país, em geral… Existe uma situação generalizada no mundo e o Brasil está sofrendo com isso. Mas tenho esperança que daqui a pouco vamos resolver isso de alguma forma. Mas, realmente, as coisas no Brasil têm que mudar, coisas fundamentais. Não podem continuar do jeito que estão, e como estão acontecendo. A corrupção em nosso país não é uma coisa simples e tem que ser punida. Tem que mudar.

Não é fácil te paquerar ou você paquerar alguém. Como que conhece alguém?
Primeiro, temos que saber muito bem, analisar que tipo de mulher que a gente tá paquerando. Cada mulher tem seu jeito, cada mulher tem sua forma, e acho que isso é fundamental para saber como você vai lidar com essa pessoa.

Como foi a parceria com a Ludmilla? Curte funk?
Com a Ludmilla foi uma coisa muito agradável. Ela realmente é uma mulher de muito talento e foi muito bom trabalhar com ela. Nos ensaios ela demonstrou uma simplicidade, uma humildade, conquistou
todo mundo lá no nosso estúdio. A Ludmilla é uma gracinha de pessoa e, como ela conquistou o Brasil, me conquistou também. Ela canta bem música romântica.

Qual a emoção de ser homenageado e ouvir histórias sobre a sua vida?
É uma coisa muito gostosa. É muito bom ouvir essas coisas todas, demonstrações de carinho e amor. Sou agradecido por tudo isso. Obrigado!

Segundo Candinha (funcionária antiga de sua residência), em Cachoeiro vai anunciar o nome de sua nova rainha.
Candinha bebeu.

No fim do ano, fez uma foto com mulheres celebres e disse que o menino de Cachoeiro nem podia imaginar que isso ia acontecer. 2015 foi um ano de carreira internacional. Em 2016 vai continuar a grande investida na carreira internacional? E o menino de Cachoeiro, que vai a Cachoeiro comemorar “57 anos”, se sente realizado diante do mundo?
Obrigado. Você acreditou! Logicamente, tenho uma alegria muito grande por tudo que tem acontecido. Estou muito contente com todo o resultado de minha carreira, mas eu não paro não. Vou mudando e tratando
de seguir a minha carreira do mesmo jeito. Tenho projeto, sim. De discos para fora. Vou fazer um disco em espanhol. Enfim, continuo tocando a coisa com a mesma velocidade, trabalhando do mesmo jeito e gosto muito.

O que está achando do público jovem estar admirando cada vez mais o seu trabalho?
Fico contente. É um motivo de alegria para qualquer artista. Então, depois de tantos anos de carreira, ainda agradar à juventude, é muito bom.

Sobre o medalhão do Sagrado Coração de Jesus que ganhou em Cachoeiro… As pessoas estão reparando que não o usa mais. Há algum motivo especial?
Eu uso, só que ele diminuiu um pouquinho. Eu ganhei da irmã Fausta, que foi minha professora no Colégio Jesus Cristo Rei. Ela me deu quando fui a Cachoeiro, já depois de grande. Um dia, falei com ela que estava pensando em fazer uma réplica daquele medalhão, ela mesma mandou fazer esse medalhão, igualzinho àquele e também me deu.

Como faz para ter uma relação mais próxima com seus fãs? Tem WhatsApp?
Tenho. Tenho Facebook também. Mas o meu tempo às vezes não é suficiente para bater papo. Procuro, na medida do possível, ouvir tudo que me mandam.

Ao longo de tantos anos de majestade, tem alguma emoção que não viveu e tem vontade?
Sempre tem. Sempre temos. Talvez a gente não saiba dizer que emoções. Com certeza, emoções boas, gostosas. Todo mundo tem e eu tenho também. E vou vivê-las intensamente, sempre.

O que acha dessa era em que as pessoas mandam nudes (fotos sem roupa pela internet)? Você já recebeu?
Não mandei, não. Já recebi alguma coisa, sim. Não tenho nada contra, desde que não seja nada ofensivo.

Mesmo com a crise toda, dólar alto, seus shows estão sempre lotados…
Sempre digo que existe um caso de amor com meu público.

No fim do ano, vamos ter você cantando 99% anjo e 1% vagabundo?
Não sei. É sempre um caso para se pensar com muito carinho. Mas no decorrer do ano vamos pensando nos artistas. É difícil antecipar. Não tenho nada contra trazer o (Wesley) Safadão para o Especial. Não
discuto sucesso.

Compartilhe

1 comentário em “Entrevista com Roberto Carlos

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.