O mundo vem sofrendo mudanças em seu perfil demográfico, em consequência do processode urbanização populacional, da industrialização e dos avanços da ciência e tecnologia.

Unem-se a esses fatos os novos estilos de vida e a exposição,ainda mais intensa e prolongada, a fatoresde risco próprios do mundo contemporâneo. Esse processo de mudança demográfica, denominado envelhecimento populacional, associado a transformações das relações entre as pessoas e seu ambiente, trouxe uma alteração importantena incidência do câncer emtodo o mundo.

Podemos afirmar que nenhuma outra doença foi tão discutida,tão estudada e publicadaem revistas médicasem todo o mundo quant oessa. Esse fato se explica por dois fatores principais: em primeiro lugar, sua alta incidência; e em segundo, é quenenhuma outra doença é tão temida pela humanidadecomo o câncer.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 14,1 milhões de casos novos de câncer no mundo e 8,2 milhões de mortes. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer prevê, para o ano de 2015, 576 mil novos casos.

O crescente aumento do número de casos novos fará com que não haja recursos suficientes para dar conta das necessidades de diagnóstico, tratamento e acompanhamento.

Assim, medidas preventivas devem ser implementadas agora, para reverter esta previsão catastrófica. É importante lembrar que o câncer, quando diagnosticado em sua fase inicial, é quase 100% curável. E que nem tudo está perdido, pois através de medidas simples a incidência poderia diminuir 60%.
São elas: a adoção de estilo de vida mais saudável, com mais lazer, descanso semanal, cultivar amizades e ter uma crença, praticar atividades físicas, não ingerir bebidas alcoólicas em excesso, ter uma
alimentação adequada, com verduras, legumes e frutas, arroz e feijão, carnes brancas, evitando gordura animal, alimentos defumados e enlatados. E não fumar. O tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Sabemos, hoje, que se o tabaco tivesse sido descoberto nos dias atuais sua produção e venda seriam também ilegais, pois nenhuma outra droga provoca tantos efeitos colaterais no organismo quanto a nicotina.

A prevenção do câncer, através do acesso da população aos exames adequados e aos especialistas, para o controle da doença, está entre os mais importantes desafios científicos e de saúde pública da nossa época. Para mudar esta realidade e controlar o câncer, a conscientização, o conhecimento, o esclarecimento e a informação de qualidade são condições essenciais.

Anderson Zerbone

é cirurgião oncológico e mastologista, coordenador do serviço de cirurgia oncológica do HECI, preceptor da residência de cirurgia geral do HECI, médico do Instituto de Oncologia Sul Capixaba.

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